quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Eleições Americanas

Um link interessante sobre as eleições presidenciais americana e o resultado disso com o comércio brasileiro.

http://ultimosegundo.ig.com.br/opiniao/caio_blinder/2008/02/26/clinton_e_obama_se_protegem_das_virtudes_do_livre_comercio_1205352.html

Mesmo o falcão republicano John McCain, virtual candidato do seu partido nas eleições gerais de novembro, irá tratar com mais respeito as instituições multilaterais, apesar de sua promessa de até 100 anos de tropas americanas no Iraque.
Em termos doutrinários, McCain é o mais promissor em questões geoeconômicas. Trata-se do candidato com mais disposição para aceitar as virtudes do comércio internacional e os ganhos da globalização.
Com coragem, nas primárias no estado de Michigan, epicentro da decadência industrial americana, McCain disse que não adiantava chorar. Empregos tradicionais nos EUA, com generosos benefícios sociais, não voltarão. Eles emigraram, sem os beneficios, para outras paragens. E McCain insistiu: "Nós precisamos continuar a baixar as barreiras comerciais, pois 95% dos consumidores mundiais vivem fora dos EUA". Para ele, o melhor protecionismo para os EUA é tornar a economia mais competitiva.
No Senado, McCain tem sido consistente para apoiar acordos comerciais. A mesma consistência não existe em relação aos senadores Barack Obama e Hillary Clinton, agora na lama disputando a indicação democrata para as eleições gerais. Nesta terça-feira, eles estão chafurdando para denunciar globalização e comércio livre, pois é dia de debate em Cleveland, Ohio (outro estado emblemático da decadência industrial americana), que exatamente em uma semana será palco (ou ringue) de primárias cruciais para os democratas.
Hillary Clinton, como de hábito, tem um casamento de conveniência com o legado do seu marido, o ex-presidente Bill Clinton. Por estes dias não convém usar o manto clintoniano do livre comércio e globalização. O ex-presidente caiu na ira de setores protecionistas e populistas por ter sido um paladino do Nafta (o acordo de livre comércio na América do Norte) e da entrada da China na Organização Mundial de Comércio.
A mulher-candidata se distancia do Nafta e disse ter sido uma "vergonha" o panfleto de campanha de Obama alegando que ela apregoou que o acordo fora uma grande vantagem para os EUA. De fato, ela nunca disse isto. Na verdade, deu apoio relutante à visáo globalizante do marido nos anos 90.
Já Obama escorrega para o oportunismo e em campanha em Ohio deixa de exaltar seu otimismo sobre as condições da economia americana de competir em um ambiente de livre comércio. Ao melhor estilo populista, ele prefere agora carregar nas denúncias sobre as perdas de empregos nos EUA desde a aprovação do Nafta em 1994.
Existe uma onda Obama nesta campanha das primárias, mas o candidato também está surfando no crescente ceticismo dos americanos sobre as virtudes da globalização.
Hillary Cllinton e Barack Obama, de olho no troféu Ohio, competem para saber quem é mais negativo sobre o livre comércio, mas não levam às últimas consequências a demagogia. Nenhum dos dois revogaria o Nafta. Ela fala em "revisão" e ele, "em emendas".
No calor da campanha, uma pergunta pertinente é a seguinte: qual dos dois candidatos democratas é pior para o mundo? Depende do dia.

0 comentários:

Design by Dzelque Blogger Templates 2007-2008